ganonEssa é uma questão antiga, mas que sempre vale a divagação.

Antes precisamos falar do ser humano. Esse poço de insegurança.
Independendo da posição o homem, por padrão social é inseguro em si. Geralmente é a mulher quem abre todos os caminhos, faz a poesia, regula a métrica, ajusta as rimas e deixa a assinatura por conta do homem. Isso numa sociedade comum e de modo bem generalizado.

O BDSM, entendo, remonta a época feudal.
O BDSM, entendo, tem toda uma ritualística que o embasa.
Assim, o ideal seria, no meu entendimento, que a escrava se utilizasse de um "Mercador de escravos" para vender-lhe a um Senhor de fato. Porém, no Brasil (e em muitos lugares do mundo) isso - e muito por uma questão de ego - torna-se impossível.

Dois pesos e duas medidas.

Peso um, medida um:
Sim, penso que uma submissa tem que ser tomada.
Claro, óbvio e evidente que antes será preciso interpretar/entender alguns sinais.
Se uma submissa começa a procurar muito um Senhor, se insiste em abrir canais e frentes de comunicação, se as trocas vão além de parâmetros comuns e as perguntas sobre o feudo daquele Senhor são mais comuns que perguntas sobre o meio, por favor, não há o que perguntar, é tomar e pronto.
Ai a madresita me perguntará sobre a tão falada - e imposta como obrigatória pelo meio - negociação.
Respondo que a negociação está no grupo das inseguranças do ser humano citados bem no início da divagação.
Oras, por favor, se há química, se há um canal de comunicação aberto e fluindo, se há crença de que aquele é o homem da sua vida, por que negativar a toma?
Por que querer negociar, de pronto, o que terá toda uma vida para ser negociado?
De verdade, há algumas coisas no meio que eu não entendo e uma delas é a tal da negociação.
Se parto do princípio que submisso é objeto, entenderei que ele precisará de mim para ser cuidado.
Se parto do princípio que, por trás de um submisso, humano inseguro e que tateia na sendo do me servir, ignorarei sua experiência e seguirei da base ao ponto que me for permitido segundo as leituras que farei a todo instante.
Se parto do ponto que servir é ir além de si mesmo e que, para isso, eu preciso de um "programa de adestramento" que siga um processo onde cada passo será uma evolução e que os primeiros passos serão sempre diminutos e abaixo do que entendo ser o ideal pelo que conversei, interepretei e vi, para que negociação?
Sabe... Muitas vezes a negociação tira completamente o brilho da relação e muitas vezes eleva o submisso a uma posição que ele não quer assumir, a de parceiro divisor.
Ele quer sentir e o Dominador que traga as propostas à esse sentir.
- Ah, mas eu não conheço o Dominador para ir assim de cara. Me dirá a madresita.
Respondo: Tá insegura? Não vá e pronto. Não será a negociação que lhe dará a real segurança, pois depois que as portas do motel, lindamente chamado de masmorra (aaaaahhhhhhhhh), se fecharem será você e ele.

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Peso dois, medida dois:
Não tenho dúvidas que, usando (ou não) toda uma ritualística a submissa deve ofertar-se aquele que acredita estar à altura de ser-lhe o Dono e Senhor dos atos.
Não tenho dúvidas que ai entra, de novo, a tal insegurança do ser humano, mas feliz daquele que consegue transpor essa barreira, ou melhor, feliz daquele que consegue presentear aquele que admira com sua vergonha em uma bandeja corpo.

Por fim, vejo hoje tanto Dominador quanto submissa, cada vez mais levando o BDSM para os meios comuns da sociedade comum.
De modo algum sou contra namoro, relação mesclada, pelo contrário, acho saudável essa postura, mas... arrepio ao ver tanto um quanto outro abrindo as portas da insegurança e não tendo a atitude de tomar ou ofertar.

"Por ordem e graça do Deus maior, por força e vontade de mim mesmo, usando o poder que em meu mundo me cabe, tomo-a do mundo comum e a assumo no meu. Entra e me sirva, mulher"
- Sim, Senhor. É a esperada resposta. E pronto!
Simples assim.

"nobre e honrado Senhor, salve. Perdoa-me a ousadia dos atos, mas é fato que o mundo me judia, abusa e não usa. Peço-Lhe, Honrado, que pela graça de Deus acolha-me. Toma-me Tua, pois que se Tua não for, morrerei mais do que já morro em mim. Meu desejo é servir-Lhe e esse é o meu último desejo se assim aceitar-me"
- Entra mulher, tira a roupa e deixa-me ver teu corpo.
Inicia-se o "jogo de toma" o "ritual de posse" (preciso escrever mais sobre rituais, não? Me cobrem e farei isso)

Afinal qual o procedimento correto, a submissa oferta-se ou o Dominador a toma?

Abraços fraternais,

Szir GanoN

 

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