Fetiche que envolve o uso das axilas no ato sexual, seja pelo cheiro ou pelo prazer de lambê-las.
Segue abaixo uma explicação científica dos motivos que tornam esse fetiche tão atraente e prazeroso para quem o aprecia.
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Axila, essa pequena zona pilosa, desempenha um papel químico importante e reflete uma grande mudança nos hábitos sexuais da espécie humana. Quando nossos ancestrais se acasalavam, com a fêmea sobre as quatro patas, as axilas ficavam afastadas do rosto do parceiro. Quando mais tarde assumimos a postura ereta, e homem e mulher passaram a adotar predominantemente a posição sexual frontal, o nariz ficava próximo à região dos ombros. E ali se situavam as axilas, o lugar ideal para o desenvolvimento de glândulas sudoríparas. Sua presença é exclusiva da espécie humana, em ambos os sexos.
A mulher possui mais glândulas sudoríparas que o homem, e os odores produzidos por um e outro diferem, o que indica que elas atuam como sinais sexuais entre parceiros amorosos. De fato, recentes pesquisas revelaram que, tendo os olhos vendados, os homens se excitavam mais sexualmente cheirando o suor da axila da mulher do que com qualquer caro perfume produzido comercialmente.
Essas glândulas sudoríparas são glândulas apócrinas, e sua secreção é levemente mais oleosa do que o suor comum. Elas só se desenvolvem na puberdade, quando o surgimento dos hormônios sexuais ativa-as e ao mesmo tempo provoca o crescimento de pelos nas axilas. A função dos pelos é manter as secreções glandulares na região axilar, o que intensifica o sinal que elas transmitem.
Um velho costume inglês, transmitido de geração a geração, determinava que o homem que quisesse seduzir uma mulher usasse um lenço junto à axila, por baixo da camisa, antes de iniciar a dança. Depois, devia tirar o lenço e acenar com ele para refrescá-la. Na verdade, o que ele fazia era espalhar o odor de suas glândulas apócrinas na esperança de que ela fosse seduzida por ele.
Na Áustria rural o truque funcionava de maneira diferente. A mulher colocava uma fatia de maçã sob as axilas enquanto dançava e, quando a música parava, a oferecia ao parceiro. Quando ele comia a maçã, expunha-se automaticamente ao aroma sexual da mulher. Esse truque também era conhecido na Inglaterra elisabetana, quando uma maçã inteira descascada (conhecida como "maçã do amor") era colocada na axila da Mulher até se embeber de seu suor, quando então seria oferecida ao amado, que inalaria sua fragrância.
Mais tarde, no século XVI, o impacto sexual da fragrância das axilas femininas parece ter-se feito sentir na corte francesa. Uma linda princesa, Marie de Clèves, esposa do horroroso príncipe de Condé, sentindo-se acalorada depois de uma vigorosa dança na corte, retirou-se para uma das salas adjacentes ao salão de baile do Louvre para trocar a camisa molhada de suor. O duque d'Anjou (que logo se tornaria o rei Henrique III da França), que também sofria com o calor, entrou nessa sala e, julgando que a camisa de Marie fosse um guardanapo, usou-a para enxugar o rosto suado. De acordo com um cronista da época, seus sentidos foram profundamente afetados por esse ato. No momento em que inalou sua fragrância, o duque, que já era admirador secreto da princesa adolescente, foi tomado por uma incontrolável paixão. Com isso, ganhou coragem para quebrar seu silêncio e confessar a ela seu amor. Nascia uma paixão maldita, que lhe causaria muito infortúnio nos anos seguintes.
Considerando a forte indústria que se alimenta da venda de desodorantes, essas histórias parecem muito estranhas. Se o ser humano carrega um estímulo sexual tão forte sob os braços, por que se daria tanto trabalho para eliminá-lo lavando, esfregando e desodorizando as axilas e, no caso das mulheres, depilando-as? A resposta está no vestuário. O homem da história do folclore inglês, banhado e usando uma camisa limpa para a dança, produz secreções frescas das glândulas sudoríparas. Embebido nelas, seu lenço limpo carrega realmente um forte odor sexual. É o sistema primitivo em ação. Infelizmente, hoje, com o corpo coberto de camadas de roupas, nossa pele suada pode se transformar facilmente numa estufa para a propagação de milhões de bactérias. O odor natural do corpo se torna mau cheiro. A sensação desagradável que isso nos causa nos faz preferir usar desodorantes do que correr o risco de transformar o que seria um estímulo sexual numa catinga corporal.
Desde o século I A.C., o poeta romano Ovídio, em seu livro sobre a sedução, A arte do amor, advertia as damas de que "carregavam um bode nas axilas".
Pesquisas recentes mostraram que as secreções axilares de homens e mulheres diferem quimicamente e têm um odor que atrai o sexo oposto.
Diz-se que a secreção masculina tem um odor almiscarado, resultado do hormônio masculino. Entretanto, em sua forma pura e fresca, as secreções masculinas e femininas não são conscientemente detectadas pelo olfato humano. Elas parecem atuar num nível inconsciente, fazendo-nos sentir o estímulo sem saber bem por quê.
Nem todos os orientais possuem esse sistema glandular. Entre os coreanos, no mínimo metade da população não tem glândulas sudoríparas.
Elas também são raras no Japão, onde não se consegue detectar nenhum odor axilar em 90% da população. Na verdade, entre os japoneses, o forte cheiro nas axilas é visto como uma doença, a osmidrosis axillae. Houve um tempo em que indivíduos que sofriam dessa "doença" eram dispensados do serviço militar. Na China, apenas 2 ou 3% da população têm algum odor debaixo dos braços. Devido às diferenças raciais, os orientais geralmente acham o odor natural dos europeus e africanos muito forte e até mesmo ofensivo.
A remoção dos pelos nas axilas é uma prática relativamente recente, introduzida no Ocidente na década de 1920 pela florescente indústria cosmética. Anúncios diziam às mulheres que, se quisessem ser mais perfumadas e atraentes, deviam se livrar das "armadilhas de cheiro" que eram os pelos nas axilas. Em pouco tempo, as mulheres ocidentais aderiram em massa. Hoje, calcula-se que menos de 1% das mulheres rejeite a depilação como um procedimento rotineiro.
De vez em quando ocorre uma fraca rebelião contra esse tipo de "mutilação". O famoso guia dos amantes, The joy of Sex (A alegria do sexo), publicado em 1972, opunha-se fortemente à depilação: "As axilas — um local clássico para beijos. Não devem ser depiladas sob nenhum pretexto".
A depilação "podia ser perdoada em locais de clima quente, onde não havia água encanada, mas hoje é simplesmente vandalismo ignorante". E acrescentava um curioso conselho: "A axila pode ser usada no lugar da palma da mão para silenciar o parceiro no momento do clímax" — talvez para que o odor das axilas fosse plenamente apreciado.
Não se sabe quantas mulheres podem ter abandonado a depilação depois desse conselho, mas parece que o guia sexual acreditava haver uma tendência nesse sentido no início dos anos 1970: "Uma nova geração começou a perceber que é sexy manter os pelos nas axilas". A julgar pelos filmes e pelas fotos publicadas em revistas a partir dessa década, a moda mundial ignorou essa suposta tendência. Recentemente, quando uma famosa atriz de Hollywood ergueu o braço para acenar para a multidão e exibiu uma axila peluda, o fato foi comentado em todas as colunas de fofoca, que o consideraram repulsivo.
Apesar disso, os últimos anos do século XX assistiram à chegada de uma revista intitulada Hair to Stay (Pêlos para ficar), que se definia como "a única revista do mundo para os que amam as mulheres naturalmente peludas". Entretanto, tinha que admitir que lutava uma batalha difícil: "Nos anos 90, as mulheres que decidem não depilar as axilas são ridicularizadas e submetidas a situações constrangedoras. São vistas como lésbicas, feministas radicais ou hippies que não saíram dos anos 60". Tudo isso era um erro, afirmava a revista, porque, "de um ponto de vista psicossocial, a remoção dos pelos é uma revolta contra a sexualidade". Os pelos das axilas, dizia, "funcionam como uma antena transmissora, enviando sinais que convidam ao ato sexual". Para pôr mais lenha na fogueira, chegou a afirmar que, ao exibir uma axila depilada, uma mulher adulta se oferece simbolicamente como uma criança e portanto encoraja uma perversão sexual.
Convenientemente, a revista não percebia que, com esse argumento, acusava os homens que se mantêm bem barbeados de estimular a pedofilia - já que meninos não têm barba.
A verdade é que a remoção dos pelos faz com que homens e mulheres pareçam mais limpos e mais jovens, ajudando-os a eliminar o cheiro corporal. Como a vida moderna, principalmente nos centros urbanos, nos obriga a manter uma excessiva proximidade em situações que nada têm de sensuais, existem motivos de sobra para eliminar os primitivos sinais sexuais. Por isso, parece provável que a depilação corporal continue a prosperar, não importa o que digam os rebeldes. Apenas se pudéssemos voltar a uma vida tribal de seminudez seu argumento seria válido.