ganonSaudações BDSM, triangulares e fraternais a todos!

Divagar sobre esse tema é sempre muito complexo (e entendamos por complexo aquilo que gera mais perguntas que respostas).

Complexo porque estamos versando sobre seres humanos e... esse bichinho pode ser tão semelhante quando observado em grupo quão dispare se analisado de maneira isolada, desarmada, desprevenido.

É lindo pensar em irmã de coleira, mas a verdade é que enquanto tivermos uma mente latina (sem pejo, verso acerca da cultura possessiva e ciúme desmedido sobre o outro) isso será humanamente impossível.

E não precisa divagar muito para chegar a essa conclusão. Basta citar o visto aqui e ali, porém... como não sou fofoqueiro (no aberto? Nunca!!! #sorriso#)... seguirei por outro prisma, pois não?

Nunca cansarei de repetir que o BDSM, inicialmente (e ainda voga essa imagem em alguns países), remonta a época feudal. Um Senhor é soberano sobre tudo que está em suas terras. E pronto. Está nas terras dele? Ela manda, desmanda e phöuda-se o resto! Ou obedece ou morre (nesse caso, ir embora, claro).

Porém com o passar dos anos "aquela turma que foi criada pela vó e soltava pipa no ventilador, os doentinhos, sabe?" começaram a descer para o play.

Aos poucos, com os mais variados jogos, foram impondo suas vontades, visões e desvios para o meio.

Como? Oras!

"Sou amigo de todos, auxilio a todos, compreendo a todos e... vocês não sabem, mas eu sei tudo de todos e sei tudo o que todos precisam saber, ter e viver para sere felizes (alguém aí falou em Sindrome de Deus!?)."

Só para se ter uma ideia desse disparate: puta, vadia, cadela virou "minha menina". Escrava foi um termo extinto e "submissa d'alma" (e fui eu quem criou o termo para facilitar algumas explicações em meu antigo site- não precisa desculpar a auto-promoção, mas foi o primeiro a ter uma vasta sessão de perguntas e respostas acerca do BDSM) virou chamativa de luxo.

Não estar afim de obedecer a tudo deixou de ser "negociação" para ser... Brat. Não sei, mas todos as vezes que leio Brat interpreto como um pedido: Bate!

Antes um Senhor tinha senzala e as submissas que ali habitavam, agora ele tem casa grande e elas são irmãs de coleira. Que lindo!!!

Enfim, esse não é o foco, então vamos usá-lo como base e voltar ao tema central. A impossibilidade da relação entre um Dominador e duas submissas.

Os motivos são simples:

Primeiro porque enquanto não houver o envolvimento, a paixão e/ou o amor tudo poderá, mas basta um desses vírus ser implantado/aflorado para a visão da mulher (nessa hora a submissa corre léguas) entender-se sendo diminuída e/ou preterida.

Então a relação vira uma grande arena onde uma será o leão e o gladiador da outra.

Sim, morte a troco de pão para a platéia e direito a vida ao gladiador.

O que vejo é já no início uma das duas armar sub jogos para infantilmente ter mais atenção que a outra.

Qual crianças ficam jogando quem ganhou mais e o que do Dono.

Armam verdadeiros exércitos para ajudar a "desmascarar" a irmanzinha que está fazendo mal ao Dono e ele, enfeitiçado, coitado, não percebe.

É preciso uma entrega de 1000% do Dominador para manter tudo em ordem.

É preciso uma maturidade, sem igual, para que ambos sintam-se seguros, confortáveis e exercendo seu papel sem sentir-se ameaçado pelo outro.

Nem tudo está nas mãos do Dominador, uma vez que (a oferta é maior que a procura) quem aceita a próxima pode fazê-lo por medo de perder "seu Dono" e quem entra o faz já sabendo que "derrubará a coitada que ali está".

Ou seja, não há maturidade emocional, intelectual e afetiva para que uma, de fato, aceite a outra.

E, enquanto latinos, nunca aceitarão. Até porque o próprio Dominador assume uma postura equivocada de "apagador de incêndios" quando deveria assumir a postura de Mestre-mãe (para quem não sabe mãe é aquela que o é 24/7 e não perde uma oportunidade sequer para educar seus filhos, ou seja, abre mão de si para cuidar exclusivamente deles até que tenham idade e maturidade para, então passar a trocar com eles).

Ter mais de uma submissa requer mais que vontade, requer preparo, disposição, disponibilidade e... culhão!!! Sim, tem que ser muito macho para administrar as ações, reações, visões, achismos te-pê-emais (TPM) e a típica necessidade de ser mais da mulher.

Amigo... Por toda uma vida ela foi preparada para ser mãe, ser fiel, ser a esposa perfeita e ser a única. Dividir? Só com filha, secretária e olhe lá!

Aí o amigo vem querer que eu acredite nessa loucura (para não dizer furada) de irmã de coleira!?

Os (relacionamentos) que vejo "dar certo", igualmente vejo uma omissão sem fim do Dono e um disse-me-disse horrível de ambas as submissas nas muitas listas por aí. Ou seja deu certo coisa alguma. Ambas já estão na arena e só esperam a hora para saber quem é gladiador, quem é leão e quem vai derrubar quem. Simples assim.

Pára, GanoN, então o que você está dizendo é que nunca poderei ter duas submissas?

O que estou dizendo é que poderá ter quantas quiser. Desde que... se tranque em uma fazenda e fique, no mínimo, uns três anos adestrando, treinando, condicionando e mostrando a ambas que ambas tem seu lugar e valor. Terá que passar esse tempo apagando incêndios constantes e que somente as boas falas, explicações e muita conversa (com exemplificação) poderá trazer (aos três) a luz da sabedoria para estar três como se fosse um. Do contrário ou o jogo será entre as duas, entre você e mais uma ou entre os três, isoladamente, com o meio.

Bem, é o que temos para hoje, bons dias e...


Abraços fraternais,

Parlamento de Júpiter