ganonEntão, bala de mentos é o que há de mais interessante em uma banca de doces, não? Eu super curto e, só de pensar, encho minha boca d'água.

E Mentor? Acreditem, as palavras diferenciam-se em somente uma letra, mas... essa única letra gera todo um universo de diferença.

O termo Mentor voltou a proliferar o meio e tenho visto algumas posturas que, no meu entendimento, podem ser vistas como equivocadas.

No dicionário, no mundo corporativo e mesmo no mundo social Mentor é aquele que guia intelectualmente.

No BDSM vejo-o, para auxiliar, tendo que ir muito além disso. Algumas vezes, um Mentor dedica muito mais tempo ao seu mentorado que a sua própria submissa.

Por que isso? Foco e tempo!

O foco é possibilitar o contato com o maior número de técnicas, acessórios, jogos, termos, procedimentos e... base intelectual.

Sim, não podemos esquecer que o BDSM tem, para muitas coisas, visões e interpretações diferenciadas para um sem fim de linhas de raciocínio, ações e reações.

O tempo é um ponto a ser levado em consideração, pois o ideal é que o mentorado fique (totalmente assessorado) o menor tempo possível.

Por um lado para que o Mentor volta a dar total atenção aos seus, por outro lado para que, em fazendo seus primeiros voos solos o mentorado traga muito mais o que trocar do que o que aprender.

Até aqui tudo bem.

Uma questão que tenho visto ser comum é: Até onde um Mentor pode ir com o seu mentorado?

Quando entendemos que a base da nossa cultura é a latina, esse ponto fica muito delicado.

O latino ainda tem um conceito de posse muito diferenciado do restante do mundo, seus conceitos sexuais passam, ainda, por filtros já não são utilizados por outras culturas e sua interação sexual ainda requer um mínimo de envolvimento para que seja plena.

Diante do exposto, fica difícil um Mentor agir, aqui, como agem os de outros países, mas... O ideal é que o Mentor não somente troque boas falas, mas igualmente possibilite a aplicação de algumas técnicas.

Não é incomum um Mentor convidar seu mentorado para participar de uma cena/sessão consigo. Nesta ele ainda chega, usando sua submissa, a passar algumas instruções e possibilitar a prática em si.

Alguns Mentores chegam a instruir suas submissas com ordens expressas e pedem ao mentorado que vá em sessão fechada, e sem a sua presença, com ela. O intuito é gerar situações que ele encarará em seu dia a dia como Dominador.

O mesmo acontece quando a mentorada é uma submissa.

É nesse período, também, que a sugestão de leitura básica é uma constante. leitura, relatórios e trocas de interpretações.

Penso que o tempo ideal para um mentorado mais intenso e constante deve estar entre três e seis meses. Não mais que isso.

O que vem após esse período são trocas intelectuais e ambos passam a trocar muito mas como amigos que como Mentor e mentorado.

Um outra questão comum é: Como me tornar mentorado de alguém.

Inicialmente é imprescindível que haja sincronismos de ideias, ideiais e posturas.

Um mentorado deve pedir mentoração a alguém que ele veja que tem, justamente, as práticas, ideias e posturas que ele, mesmo sem experiência, acredita ser a desejada por ele.

Depois de achar essa pessoa é se aproximar e ser sincero em um pedido de montoração.

As possibilidades de aceite e negativa estarão na razão de 50% para cada uma, logo sempre é bom arriscar.

Mentorado, a distância, funciona?

Pois é... Outra questão delicada.

Para uma troca intelectual, fica claro que há tudo para funcionar, mas quando o assunto for prática, penso que a distância inviabilizaria muito essa troca.

Um Mentor próximo pode oferecer infinitamente mais que um Mentor distante. Estando próximos todo e qualquer buraco de tempo pode ser usado para trocas de técnicas, práticas e afins.

Quando acaba o mentorado?

A verdade é que nunca, porém, repito, as trocas vão ficando muito mais intelectuais que "orientatória" por assim dizer.

No caso de uma submissa, o mentorado acaba quando ela é assumida por um Dono e Senhor de si.

Muitas vezes, é o Mentor quem faz algo já em desuso. Ritual de Passagem de Posse.

O Mentor passa a coleira (e a posse, claro) da submissa que estava sob sua responsabilidade para a responsabilidade daquele que a assume.

Penso ter ido a todos os pontos comuns e entendo ter cumprido a missão de tentar auxiliar nesse ponto.

O texto fica em aberto e diante de qualquer novidade, volto e o amplio ou... diminuo.

Abraços fraternais,

Parlamento de Júpiter