O cenário, os acessórios, a imagem e a moda fetichista permaneciam no limbo e no mais abscuro das nossas mentes pervertidas até o inicio da década de 60... Nessa época os fetichistas escondiam suas fantasias a sete chaves e era muito temido que seus desejos viessem a publico... Os fetiches eram totalmente envoltos em preconceito e tabu e só apareciam em revistas sobre sexo.

A partir dessa década finalmente os "normais" passaram a se vestir do mesmo modo que os "anormais", motivados pela liberação sexual e pela necessidade natural de lutar contra toda e qualquer tradição recatada, fabricada e imposta pelas mentes tacanhas dos Lideres das Igrejas cristãs e judaicas que queriam preservar a todo custo à moral e os bons costumes.

A primeira peça fetichista que alcançou aceitação da mídia e por conseqüência acabou caindo no gosto popular foi à chamada bota alta (7/8), essas botas consideradas bizarras de couro e salto alto, lançadas em 1965, podiam ser da altura dos joelhos ou até das coxas, e eram freqüentemente abotoadas ou amarradas e até a propagação da imagem, era apenas associada a prostitutas.

Essas intrigantes e sexy's mulheres sentindo necessidade de sobressair sobre outras (na concorrência desleal de cada noite) foram obrigadas a desenvolver uma moda inovadora e alternativa, dessa forma elas chamavam atenção e se destacavam das demais e por conseqüência eras sempre as escolhidas pelos fregueses.

Em paralelo a moda das alegres, 'dadas' e desinibidas moçoilas, um dos elementos primordiais que contribuíram e muito para a popularização da moda fetichista foi o seriado "Os Vingadores"... Nele, Emma Peel, interpretada pela deslumbrante Diana Rigg virou objeto de desejo e consumo no nosso meio... Ela se transformou em MUSA e começou a povoar o imaginário masculino e começou a alimentar a cada episódio o tão carente mundo fetichista.

emma

Seu papel no seriado era o de uma mulher poderosa que lutava artes marciais e era absolutamente sensual com sua make de olhos bem marcados e que usava, além dessas botas altas, um "catsuit" de couro que lhe conferia total liberdade nos movimentos precisos da luta e foi inspirada pela primeira coleção de moda fetichista criada por John Sutcliff.

Nessa época, as roupas masculinas também se tornaram mais eróticas, e o rock e a liberdade sexual contribuíram e muito para isso... Grande parte dos cantores, visíveis ditadores de tendências, já usava roupas de couro coladas à pele, além das tatuagens e acessórios de couro.

Vale lembrar-se dos punks que, impulsionados por bandas legendárias, acabou incorporando a sua moda vários objetos considerados ofensivos ou ameaçadores como coleiras e correntes, pela já nossa tão hipócrita sociedade!

Nessa mesma época as meias arrastão, os saltos agulhas e as capas de borracha saíram dos armários e começaram a ganhar as ruas num rompante em nome da liberdade sexual e dos sentidos, liderado pelas mulheres punks.

De repente a revolução sexual tornou-se um fenômeno... E nos anos 70 a censura enfraqueceu e o sexo e sua conseqüente transformação começaram a ser comercializados em massa... O mercado se aqueceu rapidamente e as botas que eram bizarras e os espartilhos que estavam esquecidos nas gavetas, começaram a ser vendidos em lojas de departamentos a um preço totalmente acessível... Inclusive até os psiquiatras desconfortáveis com essa 'suposta' aceitação pelo 'anormal' adotaram um tom mais ameno em seus laudos e começaram a reprovar esposas que se incomodavam e castravam os pedidos e fantasias dos maridos fetichistas.

As marcas populares de roupas, dessa época, começaram a se caracterizar por uma carga muito grande de sensualidade obscura e erotismo perverso e a violência, antes abrangente apenas ao mundo tão cheio de preconceito que era o sadomasoquismo.

Nesse período as grandes marcas visualizando no novo segmento a possibilidade de gerar muito lucro acabaram criando o 'fetichismo chique' que atingia principalmente a classe A.

Esse lançamento no mundo VIP ficou a cargo do fotografo alemão Helmut Newton e foi publicado na revista "Vogue" em 1977... O editorial denominado pomposamente de "Woman of Superwoman?" era predominantemente em roupas pretas de borracha e couro... A imagem priorizava uma Amazona, mas que aos nossos olhos não deixava duvidas, tratava-se de uma Dominatrix sadomasoquista e foi um tremendo e estrondoso sucesso.

Com essa popularização e aceitação desse apelo fetichista e sadomasoquista, a psiquiatria e principalmente a sociedade no inicio dos anos 80, começaram a rever seus conceitos e posições no que se referia ao fetichismo e passaram a avaliar com mais parcimônia todo e qualquer material ou assunto pornográfico e sexualizado que tinham acesso.

Em 1983 as feministas levantaram suas bandeiras e saíram às ruas e tentavam chamar a atenção da mídia, Igreja e das mulheres conservadoras para a forma como o comportamento 'dominador' sexual masculino explorava ou até mesmo desumanizava as mulheres, mas essa luta foi em vão, pois esse pensamento totalmente conservador e preconceituoso não impediu o surgimento dos clubes de moda fetichistas por todo o mundo.

Nesta década de 80 também surgiram os góticos (popularmente chamados de DARK), que com sua estética visual e sua maquiagem e penteados alternativos como cabelos desfiados, desarrumados e desgrenhados e certa bagagem filosófica e literária deram seqüência ao interesse dos Pós Punks pelo fetichismo.

Pegando gancho nessa nova categoria surgiu também à primeira Bad Girl "Ronnie Spector "... Ronnie era uma cantora de rock e pop, que antes de seguir em carreira solo, surgiu pro mundo como vocalista principal do grupo The Ronettes e ela brilhantemente trabalhava uma maneira mais agressiva e extravagante de se vestir que, felizmente, já era tão conveniente a imagem da mulher moderna, forte e poderosa para quem o sexo era o interesse principal e sempre foi à herança, o legado e a referencia que sempre encontraram aceitação e eco na imagem da mulher de hoje.

Se analisarmos friamente, a adoção do estilo fetichista atual está diretamente relacionado com a imagem impactante da mulher ideal da década de 90... Nessa época a mulher começou a ser projetada para o mundo como o sexo forte, poderoso e independente... E desde então o apelo desse 'novo' conceito está sempre ligado a mulher e não no fetiche de consumo masculino, como se pode pensar.

Any way o fetichismo, apesar de toda essa transformação e aceitação só se tornou referencia mundial na década de 90, quando Versace chocou o mundo fashion com sua primeira coleção voltada totalmente ao universo sadomasoquista... Sua coleção 'amarrados' causou espanto, indignação e controvérsia na sociedade mais conservadora, em contra partida caiu imediatamente no gosto popular e foi um dos maiores sucessos de sua marca, nessa década!

Vale ressaltar - quem não se lembra da criação mais impactante de Gaultier?... Numa ousada e destemida sacada de marketing ele buscou inspiração no século 20 e recriou para a Diva Madonna o tal tão falado e discutido Corset rosa com seios iconizados numa clara afronta aos conceitos e preconceitos que permeavam o mundo fashion, na época!

Felizmente, para coroar, oficializar e fincar de vez a bandeira do apelo fetichista na moda no cenário mundial, o personagem Dominador e Manipulador de Michelle Pfeiffer no filme "Batman" usava um catsuit de borracha colada ao corpo, fazendo alusão a uma segunda pele e essa é a única e convincente razão para os ruberistas utilizarem a borracha em suas fantasias.


michelle

A borracha e sua capacidade transformadora é a principal referência na mente do Ruberista e atua como um substituto para a própria pele do usuário, dessa forma essa roupa é percebida por nós como estarmos nus ou simplesmente estarmos vestidos de uma substancia brilhante como a pintura direta no corpo e o delicioso e sexy aperto que o catsuit nos proporciona é sempre tido como uma bondage sexual.

Sem falar que o cheiro da borracha é um capitulo a parte... Embriaga nossos sentidos adicionando mais estímulos visuais e sensoriais que pode aumentar e muito nosso prazer físico produzida pelo material... Os clubbers, extremamente receptivos a toda e qualquer moda transgressora rapidamente incorporaram essa peça ao seus guarda roupas modernos, exatamente como o universo gay!

Para a felicidade geral da nação fetichista a moda sempre teve um poder imensurável de quebrar dogmas, paradigmas e padrões... A moda consegue transmitir e expressar nossas mais inquietantes, perversas e intimas emoções, bem como nossos sentimentos e desejos mais secretos e hoje alcança todos os lugares e pessoas.

Seu poder incontestável é tão notório, vigente e palpável que ganha inspiração no mundo todo... Para nossa alegria e deleite essa explosão de criatividade e aflorada sensibilidade parece infinita, intocável e surpreendente, pois se existe uma coisa que o universo da moda sempre conseguiu de forma clara e majestosa é dar poder, atitude e estilo para todas as pessoas, principalmente para as mulheres.

Não importa a classe social, não importa o sexo, sua opção sexual, não importa seu credo, não importa sua cor e nem sua classificação no mundo BDSM... Todos os fetichistas sabem usar como ninguém seus truques, sex appeal, sensualidade e sensibilidade exarcebada para ficarem mais bonitos e atrair todos os holofotes e os olhares sobre si. Se existe uma coisa que todo e qualquer fetichista sabe fazer como ninguém é chamar a atenção - principalmente quando a ordem do dia é buscar no seu intimo e trazer a tona toda a gama de sensualidade e poder que a moda pode nos proporcionar.

Mesmo os fetichistas mais recatados e tímidos conseguem brilhar como ninguém com sua moda mais contida e sutil.

Por isso eu afirmo que todo 'Kinkerstyle' é sempre um ser iluminado e abençoado... Além de sermos os seres mais sensíveis desse mundo estamos sempre envoltos numa grande explosão de cores e alegria, porque extravasamos nossos desejos e fantasias e conseguimos dar vida a isso e nos deleitamos desde as inspirações mais bizarras e exóticas até as mais básicas, sem nunca perder o estilo e o glamour.

Portanto prepare seu High heel, seu catsuit, sua saia poderosa de couro e seu orgasmático corset para entrar de cabeça nesse universo totalmente contraditório e proibido, mas totalmente fascinante que entorpece nossos sentidos e nos dá tanto prazer.

Vamos lá?... :)

Graças a Deus na última temporada, a inspiração fetichista chegou de vez e para ficar' foforever' nas terras Tupiniquins e graça ao talento, sensibilidade e ousadia de nossos criadores e estilistas brasileiros estamos tendo uma projeção mais que merecida às principais revistas de moda, nacionais e estrangeiras.

Hoje é comum vermos nossas criações brilhando mundo a fora.

E como sou apaixonada pelo nosso imenso e querido Brasil , para nosso primeiro numero selecionei um site incrível e maravilhoso com um acervo de criações fantásticas.

Ressalto que fiquei veramente encantada com a 'Fetisso – the látex revolution' e com seu processo natural de confeccionar essas peças deslumbrantes.

Para mergulharmos nesse inebriante processo de confecção Fetisso, vamos conhecer um pouco História da Borracha de Látex.

Essas informações foram retiradas do site da Fetisso, com a devida autorização do Sr. Fred, via email.

www.fetisso.com.br

As primeiras informações históricas da borracha como matéria prima para fazer vestuários são do cientista francês Charles Marie de la Condamine, que era membro de uma expedição na região amazônica onde fez mediações geográficos na época.

No seu relatório do ano 1735 ele mencionava o seguinte:

"Os índios usam o leite da árvore 'cahutschu' ( caou = lágrima, chouc = árvore: árvore que chora) para fazer um tipo de bota. Eles elaboram uma fôrma em formato de uma perna feito de argila e mergulham-na várias vezes no leite da seringueira, que é cortada para extração desse líquido. Quando é obtida a espessura ideal, a forma é quebrada e são retirados os retalhos da mesma. E o que sobra é uma peça que parece uma bota. Esta é impermeável e se adapta no formato da perna."

Um material com essas características era totalmente desconhecido na antiga Europa.

A Fetisso trabalha hoje com técnicas parecidas como daquelas descritas pelo cientista francês. O líquido até hoje é retirado da "árvore que chora", cujo nome científico é Hevea Brasilensis.

Porém, nossas fôrmas não são de argila como aquelas dos índios, mas sim fabricadas com moldes de fibras que é bem mais durável e apropriado à produção em série de roupas em látex.

E saiba também que nem a melhor borracha feita artificialmente possui características da mesma qualidade em termos de elasticidade e proteção imunológica que o látex natural, o qual é usado pela Fetisso para o máximo proveito dos nossos fetiches.

Processo de Fabricação das Roupas em Látex

A Fetisso adquire seu látex natural de plantios de seringueira da própria região (Alagoas). Porém, o látex em seu estado natural não pode ser armazenado por muito tempo.

raças à invenção da vulcanização da borracha que James Goodyear fez em 1839, os artigos feito em látex natural de hoje são bem mais resistente do que as botas dos índios daquele tempo, que, com certeza se deterioravam muito facilmente.

Porém, a vulcanização e outros melhoramentos da qualidade da borracha exigem o adicionamento de produtos químicos que os índios daquela época desconheciam.

A amônia, que evita que o látex coagule antecipadamente, é um gás que se evapora totalmente na secagem e vulcanização dos produtos. Os produtos químicos que são usados para iniciar e acelerar a vulcanização são orgânicos e são usados também na mistura certa para a produção de chupetas para crianças.

Nosso anti-oxidande é o KSM da empresa Bayer, que consta na lista dos produtos químicos da FDA, entidade que regulamenta o uso de produtos que podem ser usados na fabricação de objetos que entram em contato com a alimentação humana.

Contrariando a maioria dos outros fabricantes do ramo, a Fetisso produz seus artigos de látex natural sem agentes coagulantes, evitando que resíduos químicos não bem aceitos pelo organismo humano venham a prejudicar a saúde.

Você pode usar tranquilamente nossas roupas em látex por várias horas, sem correr o risco de ter reações alérgicas ou desagradáveis.

Durante o processo de fabricação, todas as peças são mergulhadas várias vezes, e nos "pontos críticos" onde freqüentemente ocorrem rasuras elas são reforçadas com uma técnica desenvolvida ao longo de vários anos de experiências, (por exemplo, entre os dedos das luvas, no calcanhar das meias e na região do baixo ventre, entre outras).

Os produtos Fetisso passam ainda por um afinamento químico e recebe uma aplicação de óleo de silicone cujo objetivo é tornar a superfície da peça mais fina e brilhosa, proporcionando uma agradável sensação ao toque.

Todo esse cuidadoso processo vai lhe proporcionar maior prazer no uso das roupas em látex da Fetisso.

Eu fiquei encantada com esse processo totalmente natural e fiquei extasiada com as peças maravilhosas que são confeccionadas na sede da Empresa em Alagoas.

Acredito que não ficamos devendo em nada a moda das grandes marcas que estão cada vez mais presente no dia-a-dia das pessoas e ajudando a acabar com o preconceito e a rigidez dos padrões impostos pela sociedade do que é normal ou não.

Relaciono abaixo os itens mais vendidos pelo site.

1110 Mascara fechada
1530 Luva comprida
1620 Meia curta
2120 Topper com taça
2410 Camisa com manga
4240 Espartilho seios abertos
4310 Sinta liga
4430 String comum
4450 String com camisinha
4510 Calcinha
5230 Short comum
6120 Saia curta

Dentre os mais vendidos dou ênfase as peças que são consideradas as 'Top's'do site.

1140 Mascara aberta
1510 Luva curta
1680 Meia comprida
3150 Maiô costas abertas
4410 Fio dental
4550 Cueca com camisinha
5350 Bermuda com camisinha
6550 Vestido costas abertas

Boas compras! ;)

É isso aí meus queridos... Eu espero que tenham gostado de minha participação!

É sempre um inenarrável prazer estar em contato com vocês... Eu realmente aprecio isso!

Se vocês quiserem entrar em contato e sugerir ou indicar algum fetiche especifico e suas nuances na moda e imaginario fetichista, me escreva... Dentro do possível atenderei a todos as solicitações!

Um beijo especial!

Cris_VERDUGO