O caso Von Trier acalmou um pouco após o reconhecimento por parte do cineasta que as suas afirmações foram excessivas.

Ainda assim, Von Trier continua a enviar farpas ao Festival de Cannes, ao mesmo tempo que vai dizendo algumas verdades pelo caminho. Na sua mais recente entrevista, relatada pelo diário El Universal, Von Trier afirma que deseja mesmo realizar um filme pornográfico. «Tenho lido muito o Marquês de Sade e apetece-me fazer um filme porno. Um que seja muito filosófico, mas que tenha sadismo e pornografia. Apetece-me algo erótico, mas o erotismo exige penetração, pois faz parte do jogo. Sem penetração seria uma mentira […] Pode ser uma decepção para os espectadores. Os que vão ver pornografia acharão estranho encontrar tanta filosofia e tantos diálogos explícitos em torno do porno. Os que vão pela filosofia podem se sentir incomodados pelo sexo. Sim, vai ser complicado», admite.

Em todo o caso, com uma obra que lhe permite entrar em festivais de pornografia, o cineasta parodia. «Quero ir a um festival de cinema pornográfico e que me declarem ‘persona non grata’»

Entretanto, e em notícias ainda relacionadas com o caso Von Trier e o Festival de Cannes, o Irão enviou uma carta ao certame e acusou-o de fascismo, por banir Von Trier. O cineasta já se demarcou da atitude do ministério da cultura iraniano, não havendo ainda qualquer reacção oficial ou resposta dos organizadores do evento.

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