Ito SEIU é o nome mais importante na prática do atual Shibari. Foi através de seu estudo e sua arte que a imobilização militar conhecida como HOJOJUTSU transformou-se em arte erótica, o Kinbaku, e posteriormente Shibari.
Ito SEIU nasceu em Asakusa (distrito de Tóquio), aos oito anos aprendeu a pintar, aos doze, aprendeu com seu pai a técnica de gravação no marfim e aos vinte e três anos, mudou-se para Kioto, onde trabalhou como ilustrador em um jornal.
Com trinta e sete anos, divorciou-se de sua primeira esposa, casou-se novamente e perdeu praticamente tudo no grande terremoto de Kanto em 1923.
A partir desse período, Ito SEIU mergulhou em pesquisas do período EDO (Yedo ou Yeddo também conhecido como Período Tokugawa, é um período da história do Japão que foi governado pelos xoguns da família Tokugawa, desde 24 de março de 1603 até 3 de maio de 1868.), que foi a grande inspiração de sua obra.
Sua arte polêmica associando erotismo e sadismo ao retratar belíssimas cenas de tortura de uma época feudal, fez dele um artista único.
Cenas fortes, como a menina grávida suspensa de cabeça para baixo, ou sua esposa amarrada sendo congelada nua na neve, fizeram com que sua reputação não fosse das melhores. O motivo era a técnica utilizada por Ito SEIU; ele costumava fotografar suas modelos imobilizadas, para posteriormente reproduzir a imagem pintada.
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Seus relatos também demonstravam preocupação com a integridade física de suas modelos. Ele criou técnicas mais seguras para protegê-las de possíveis acidentes das situações perigosas que desejava fotografar.
Em 1924, sua obra começou a ser valorizada quando uma revista de circulação semanal publicou suas fotos, mas isso não durou muito tempo. Na década de 30, a censura japonesa atuou sobre as artes, deixando-o sem mercado.
Com o término da segunda guerra mundial houve uma liberação nas artes, criando espaço para desenhos, gravuras, postais e álbuns fotográficos.
Ito SEIU finalmente conseguiu ter suas obras divulgadas em jornais e revistas, popularizando de vez a arte da amarração.
Em 1960 foi homenageado pela “Art Association Award” por seus trabalhos, vindo a falecer no ano seguinte aos 80 anos.
Sua coragem em transformar essa atividade marcial em arte no começo do século vinte, sem dúvida o fez merecedor da reputação de pai do Kinbaku.