Do ponto de vista biológico, a função dos pêlos pubianos na alvorada do animal humano era o de sinalizar aos membros da espécie o momento em que a fêmea estava pronta para a reprodução. Esse sinal primitivo tinha um significado importante numa época em que o homem andava nu. Era uma forma clara de identificação visual da transformação da menina em mulher com capacidade de procriar. Em média, aos quinze anos, uma menina já estava com o crescimento de seus pêlos púbicos totalmente desenvolvidos e no padrão adulto, período coincidente ao inicio da ovulação.

Pelos púbicos

Além do sinal visual, outra característica dos pêlos púbicos era sua capacidade de reter o cheiro exalado pelas glândulas genitais (feromônios), um aroma inconscientemente excitante para o homem. Nos tempos pré-históricos esse odor absorvido e retido pelos espessos pêlos púbicos (normalmente crespos) era uma fragrância natural quando exposta ao vento.

Os pêlos púbicos sempre despertaram muito interesse ao longo da história, tanto a favor de sua extração como sinônimo de beleza e higiene, quanto pela sua permanência como proteção à exposição excessiva da fenda genital, e por conseqüência, sua existência sinalizava uma sexualidade feminina mais recatada.

Um dos argumentos dos defensores da manutenção dos pêlos púbicos era de que a ausência deles tirava a sexualidade e o erotismo. Esse foi um dos motivos que levaram os escultores a suprimir os pêlos das estátuas clássicas de nus femininos, pois dessa forma, desprovidas de erotismo, elas passavam um ar de inocência virginal.

Por outro lado, historiadores relatam que a depilação era algo freqüente na Grécia e na antiga Roma. Os relatos descrevem inclusive as formas utilizadas pela para o processo depilatório da mulher grega, que consistia em extrair os pêlos com pinças, ou queimar com velas ou brasa. Já em Roma, foi desenvolvida uma técnica que envolvia um certo tipo de cera produzida com piche e resina.

Esse costume só foi trazido para a Europa na época das cruzadas, mas não teve grande adesão por tratar-se de uma prática de cunho erótico, indo na contramão do que pregava a santa igreja sobre questões religiosas e sexualidade na idade média.

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Por que no BDSM as escravas devem estar depiladas?

Civilizações antigas, como a Egípcia, tinham por hábito depilar as escravas que serviam ao Faraó, para que elas se apresentassem a ele sempre com um aspecto de pele limpa e macia, e isso também incluía os pêlos dos braços. Esse costume era comum nos haréns turcos do período otomano. É importante notar que o BDSM atual tem uma grande influência do romance “História de Ó”, onde a personagem principal é depilada no contexto da humilhação. Essa associação entre depilação e escravidão virou um padrão estético no universo do BDSM ocidental.

A exposição plena dos órgãos genitais tem um significado de entrega e submissão, além de favorecer a sensibilidade na região, facilitando torturas genitais ou práticas sexuais.