O Gozo En-Cena: Sobre o Masoquismo e a Mulher
Eliane Schermann
Editora Escuta

O gozo feminino não porta nenhum saber, porque escapa, também, ao domínio do corpo.

Uma mulher o experimenta e pouco pode dizer sobre ele, por estar mais próxima ao real.

São as mulheres que lembram aos homens que os semblantes fálicos, com os quais eles se enganam, pouco valem comparados com o real do gozo. Um homem pode ser uma devastação para uma mulher, por convocá-la ao real do sexo, ou seja, ao que está além da castração.

Por outro lado, ao introduzirmos a expressão mulher-sintoma de um homem, supomos a operação do inconsciente no encontro entre os sexos.

0 masoquismo, ao fixar o gozo na letra, nos ensina que o saber inconsciente permite ao corpo, masculino ou feminino, gozar.

Os mal-entendidos dos gozos no corpo somente adquirem sentido no campo da fala. Algumas tragédias do autor brasileiro Nelson Rodrigues são revisitadas por serem a expressão paradigmática do real dos gozos em jogo na experiência subjetiva.