Ninguém estará livre disso. Em algum momento um fato novo surgirá, seja por situações imprevistas ou pela própria evolução do relacionamento. Nesse caso, age-se com bom senso para que o radicalismo não finde a relação. Lembre-se que contratos de submissão são simbólicos dentro de um relacionamento BDSM. Eles (contratos), além da simbologia litúrgica, servem apenas para lembrar o que se combinou no início da relação para que limites e prazeres sejam respeitados, mas não obrigam ninguém a submeter-se incondicionalmente a nada e podem ser rompidos a qualquer momento por qualquer um dos parceiros se houver insatisfação ou desencanto pela inclusão ou ausência dos fatos novos.
Existem submissas que simplesmente acatam a decisão do Dono seja ela qual for, isso não legitima esse procedimento como o correto para a sua relação, lembre-se de que na fantasia dela isso tem sentido, na sua pode ser que não. É preciso entender que cada um tem uma motivação diferente na busca do prazer. Fatos novos não obrigam você a aceitá-los se isso não vai de encontro às suas expectativas.
Você deve sempre avaliar se essas situações imprevistas podem ser contornadas sem a perda do prazer inerente às fantasias de ambos (principalmente a sua) ou se a falta de entendimento sobre esse fato novo trará desencantos.
Não podemos obrigar o outro a compartilhar nossas expectativas quando sua visão acerca do assunto é adversa.
Ser propriedade do outro tem significado enquanto a fantasia dessa submissão existir. No momento em que você se sente desconfortável dentro da relação quando fatos novos ultrapassam seus limites, resta o caminho da negociação de um novo acordo ou término do relacionamento.
Nenhum dos dois deve aceitar uma situação imposta. Lembre-se sempre que um dos pilares do BDSM é o “consensual”. No momento em que ele deixa de existir, a melhor saída é cada um seguir seu caminho atrás de um parceiro que compartilhe suas fantasias integralmente respeitando seus desejos e limites.