O termo foi cunhado por Magnus Hirschfeld, em 1910, para designar pessoas que se vestem como o sexo oposto. E ntretanto, para alguns estudiosos, há outra definição: pessoas que sentem prazer erótico na troca de papéis. Os adeptos da troca de papéis que não se sentem excitados com ela não seriam travestis.
Um dos travestis mais excêntricos da História foi Heliogábalo, proclamado imperador aos 14 anos, no ano de 218. Ele se vestia de mulher e expulsava as prostitutas dos bordéis, roubando-lhes a clientela. Apaixonado por um escravo, vestiu-se de noiva no casamento, passando por uma cena de defloramento. Tinha como plano abdicar e fazer de seu marido imperador, tornando-se imperatriz de Roma. Devido à sua conduta, Heliogábalo foi perdendo a confiança do povo, do exército e do senado romano. Ele e sua família foram mortos pelos legionários.
Geralmente, os travestis sentem-se homens e mulheres ao mesmo tempo. Usam roupas do sexo oposto, principalmente com o propósito de excitação sexual, escolhendo peças associadas com mulheres sensuais - lingerie, salto bem alto, espartilhos etc. Robert Tralins, estudioso do tema cita o relato de um travesti, no qual exemplifica como a seleção de roupas femininas pode se tornar estranha: "Uma noite eu fiquei muito na fossa e achei que minhas regras mensais estavam chegando. Então fui à farmácia, comprei absorventes, e até sujei um absorvente com uma gota de sangue de meu pênis e nesse instante saí novamente... Imaginei como seria se eu também comprasse um tampão e o introduzisse no reto".
Muitos travestis, nas áreas urbanas, praticam sexo por dinheiro, disputando com as prostitutas os melhores locais de trabalho. O Brasil "exporta" travestis, que são famosos no mundo inteiro por sua beleza e ousadia. A Europa é um dos principais pontos de atração para esses homossexuais prostitutos.
Pode-se dizer que o desejo de assumir, por períodos breves, o modo de se vestir do sexo oposto é comum à humanidade. Durante o carnaval, no Brasil, mas também em outras partes do mundo, surgem muitos travestis improvisados. O teatro também contribui para o travestismo. As peças das companhias teatrais no tempo de William Shakespeare utilizavam homens para os papéis femininos. Na China e no Japão, essa tradição também está nos palcos.