Transexuais

Desejo de pertencer e ser reconhecido como sendo do sexo oposto.  O transexual costuma repelir sua anatomia, recorrendo a tratamentos hormonais e cirurgias para adquirir coerência com seu desejo. A aceitação da condição transexual é recente.

Em 2 de fevereiro de 1983, Annie S. conseguiu mudar sua identidade para Alain, em Agen, França. Foi o ápice de uma luta que se iniciou em 1965, quando o Dr. Bonhomme orientou tratamento hormonal para "equilibrar" a criança que impressionava pela voz grossa e traços masculinos. Annie/Alain extraiu os seios e se casou com uma mulher.

Desde então os casos de mudança de sexo se tornaram mais comuns. Muitos transexuais se prostituem durante anos, juntando o necessário para uma cirurgia. No Brasil, Roberta Close se tornou o caso mais conhecido.

Os avanços da bioquímica, nas últimas décadas, tornaram o próprio corpo um ob¬jeto fetichista, na medida em que seios e nádegas são estilizados ao prazer das pessoas.

Um dos seres vivos mais em consonância com os fetiches de nosso tempo se chama Pat Califa, uma militante lésbica norte-americana. Ela diz a respeito de seu próprio corpo:

Aproximadamente há oito meses comecei a fazer exames de testosterona. Meu corpo gosta aparentemente dos hormônios masculinos. Eu estou experimentando algumas danças físicas rápidas e bonitas. A forma de minha cara mudou. Meu maxilar está mais quadrado. Está crescendo alguma barba em minhas faces. Meus ombros e outros músculos estão maiores e minha bunda menor, mais rígida. Meus pés estão crescendo. Minha voz está mais próxima de um baixo profundo, embora em alguns dias ela soe rachada, como a de um adolescente. Também muda a maneira como você cheira. Eu estou fazendo uma transição. Uma etapa de cada vez. Se em algum ponto eu não gostar do que está acontecendo, não terei problemas em parar. Meu objetivo é simplesmente tornar-me mais confortável em meu envelope, meu recipiente físico. Quando eu era uma criança pequena, disse a todos que eu estava crescendo para ser um menino. Minha puberdade foi traumática. Meu corpo era lido como esta entidade sexual: 'uma menina', com quem eu não poderia me relacionar. Minha sensação é de um homem preso no corpo de uma mulher. Eu sou transgressora. Um bissexual transgressor. “Serei sempre um tanto ambíguo.”

Pat escreveu livros sobre fetiche e identidade. Ela é um expoente do que se pode chamar "um ponto de vista fetichista". Ela é autora da frase: O amor tem um milhão de caras igualmente fascinantes.