narigudo1É inegável!... Todo mundo tem fetiche!... Eu tenho!... O VERDUGO tem e ‘pasme’ você também tem!

Alguns são considerados fetiches comuns, outros nem tanto... Não importa o tamanho ou a denominação - Todos nós temos.

A hipocrisia humana não conhece e nem estabelece limites quando o assunto é julgar os limites e desejos sexuais de cada um.

Eu considero profundamente deselegante que muitas pessoas em nosso meio, ainda cultivem o mais execrável e incompreensível preconceito: O preconceito sexual.

Gente que goza solitária assistindo gang bang na internet, mas discrimina os swinguers.

Gente que faz um sexo limpinho e medíocre embaixo do edredom e com luzes apagadas e vai dormir explodindo de tesão e fica sonhando com a orgia, o bacanal e a putaria louca que na verdade, morre de vontade de fazer.

Gente que arregala os olhos cheios de preconceito e solta o verborragia e a escrotisse que existe em seus corações ao ver as imagens do fetiche alheio, enquanto guarda as suas podridões, os seus esgotos internos muito bem escondidos – afinal, o que é que vão pensar?

Fetiche é igual nariz – cada um tem o seu! ... Não se mede, não se dosa e muito menos se discute! ... O fetiche que me leva a loucura exarcebada pode ser um pissing, uma chuva dourada, uma gang bang, um ménage, um zoo ou outra coisa inimaginável que só eu e o VERDUGO conhecemos.

Não dá para julgar, humilhar e muito menos dizer que o fetiche alheio é nojento, esquisito, medonho ou bizarro, ou dá... Vai ver é mesmo! ... Mas e daí?

Eu sempre achei que nossos fetiches podem ter o DOM de nos libertar ou aprisionar, só depende da forma como nós lidamos com eles.

É preciso respeitar os fetiches dos outros... Temos que parar de medir as pessoas de acordo com a nossa régua medíocre, tacanha e maledicente.

Somos BDSMers e convivemos no mesmo universo... Pessoas que compartilham do mesmo espaço, pensamento, desejos, loucuras e fantasias devem se compartilhar e se doar por completo – aceitar os outros com tudo que vem junto, seja um fio terra, fotos de cú abertos ou fechados, cú bonitos ou feios ou um simples tapa na cara.

É sobrenatural e incompreensível que alguém nesse universo considere alguma pratica nojenta , feia ou estranha... Ou melhor, estranho pode até ser, e isso depende exclusivamente do ponto de vista de cada um... Mas é humano, instintivo, e até irrepreensível – porque nasceu com cada um de nós.

Ninguém precisa ir ao sex shop e comprar a vontade de se cortar, a vontade de se exibir e nem mesmo o desejo incontrolável de praticar voyeur, como comprou aquele vibrador fodástico.

Não devemos nunca dizer que determinado fetiche é nojento... O tesão alucinante, inerente, decorrente e incontrolável que um bom fetiche proporciona – acredite – elimina qualquer sensação de nojo, repulsa, odor e porque não de dor, (nossos sádicos, masocas e sadomasoquistas que o digam).

Quando você realiza um fetiche é o seu espírito e a sua mente se libertando e compactuando com os tais ‘prazeres da carne’ e te dizendo que não tem nada de errado com seus fluidos, seu suor, suas fezes , suas partes baixas ou mesmos suas caras e bocas.

Então, ao invés de entrar em crise com aqueles fetiches alheios que vocês consideram tão incomuns, apenas cultivem a habito de respeitar o próximo.

Há momentos onde escolhemos calar a boca para não nos igualarmos, mas infelizmente existe situações que não há como se calar... Eu me sinto violentada cada vez que eu leio fetichistas tratando outros fetichistas como se fossem parias ou ETs... É frustrante!

E mais frustrante que ser massacrado pela hipocrisia, ou talvez falta de ousadia, coragem e imaginação é não encontrar nesse universo pessoas que fale de sexo, fetiches e afins de forma natural, segura e estimulante.

Fetiche é uma coisa tão complicada, imensurável e tão intrínseca de cada individuo que talvez nem Freud explique... Muito menos eu, muito menos você e muito menos ainda esse pessoal do‘BDSM de lavanderia’ (me apropriando descaradamente da frase e do texto mais maravilhosos que já li nesse universo), escrito pelo espetacular DomJupiter e que eu coloco na integra, a saber:

‘BDSM de Lavanderia -Minha náusea diária’
Ando enjoado desse BDSM de janela (ou de lavadeiras?), praticado por desocupados que passam mais tempo discutindo a postura dos outros do que a própria, como se taxar e rotular os outros de "fracos, ilegítimos, feios, gordos, anões, judeus, magros", os fizessem perfeitos. [Fonte do texto]

E tenho dito.

Cris_VERDUGO