prodomme 


Há exatos trinta anos atrás eu escrevia nas minhas anotações de cabeceira o que inevitavelmente ainda penso hoje! ... ‘Prostituição é a profissão mais velha do mundo

 A minha vida sempre foi pautada na consensualidade: Se tudo está bem para todas as partes envolvidas, que mal tem?... Seguindo este raciocínio, acho a prostituta uma figura necessária porque tem quem necessite de seus serviços.

Nossa legislação é bem clara, segundo as leis brasileiras, prostituição não é crime, mas sim a exploração da mesma, ou seja, lenocínio e rufianismo...

 Se nossas leis fossem tão perfeitas na realidade do nosso cotidiano quanto no papel, morreria aqui o assunto, mas todo mundo sabe que não é bem assim que a banda toca.

Nos prostíbulos desse nosso querido e amado Brasil afora e às belas casas de prostituição de alto luxo e glamour das grandes capitais, há por trás um submundo bem imundo e nojento, infectado pela pedofilia e escravidão sexual, que sem dúvida me faz questionar esse meu discurso pró-prostituição.

Any way, esse assunto já foi debatido e discutido ‘n’ vezes por experts e doutores no assunto e sei que mais uma discussão gerada por uma fetichista de jardim seria ‘chover no molhado’, por isso resolvi finalizar este debate citando outro aspecto do sexo profissional: A Dominatrix!

A “Dominatrix”, “Pró-Domme” ou “Dominadora Profissional”, como queiram chamar, é uma personagem importante no jogo BDSM e uma das figuras mais controversas desse universo do sexo pago.

 Por seu devido preço e escolha prévia de uma palavra de segurança, é capaz de fazer do seu Dungeon um playground fantástico e muito prazeroso...  Em poucas palavras, a Dominadora Profissional, em troca de dinheiro ou favores, realiza as fantasias e sonhos de clientes submissos.

Se para os integrantes desse jogo (dominadoras e submissos), o ato de pagar um tributo para ter o prazer de se submeter a uma Dominadora é algo mais do que justo e humilhante, talvez exatamente por isso sedutor, para outros é um pensamento completamente contraditório, afinal o ‘DONO’ da grana não seria então o ‘DONO’ do jogo?

 Em toda relação comercial cliente insatisfeito não volta... É a lei da oferta e procura.

 E nesse momento se faz necessária a pergunta que não quer calar: ‘Quem está mandando em quem’? ... O.o

 Porque se eu quero ser humilhado e pago por isso, o poder é meu... Por mais que o outro lado queira dizer que está no controle, isso não é verdade.

Ela (Dominatrix) nesse contexto é apenas uma prestadora de serviços... O jogo não envolve sentimentos ou prazeres, é uma relação comercial exatamente como se dá com a mais antiga das profissões.

Vocês já ouviram falar na casa de Dominação OWK na Republica Theca? ... (www.owk.cz)

A OWK é o território soberano das Dominatrix e existe uma total e irrestrita glamorização da personagem da Dominadora Profissional... É uma verdadeira Ilha da fantasia para submissos que precisam de descrição em suas vidas pessoas e profissionais, mas que estão dispostos a pagar qualquer preço para a realização de suas fantasias... É o Envolvimento sem comprometimento e isso meus amados, para certos submissos, não tem preço! :)
‘The Other Kingdom Mundial’ (OWK) é um estado particular, fundada sobre o princípio de uma monarquia escravista matriarcal... A principal governante desse País, a Rainha Patrícia I fundou a OWK em 01 de junho de 1996.
 A OWK é governado pelo princípio básico que a mulher é sempre, em toda parte, em todo e qualquer lugar, superior à criatura masculina.
Uma mulher na OWK tem o direito incontestável de possuir e usar escravos como bem entender... O critério da Dominação fica a seu bel prazer!
 O OWK é uma nação sem fronteiras e pode estender sua soberania para qualquer lugar na face da Terra. 
A capital da OWK e sede da Rainha Patrícia I tem sua localização na Cidade Negra, na República Checa (Europa). 
A OWK como um verdadeiro estado é governado por suas próprias leis e regulamentos, e tem a sua própria moeda , passaportes, polícia, tribunais , da bandeira do estado e Hino do Estado, bem como suas classes sociais e estrutura política.
A OWK é gerido sob um único e ilimitado poder – O poder da Supremacia Feminina.
A Rainha Patrícia I cria e altera as Leis e demais normas legais e regras sobre a OWK por meio do Gabinete do Administrador Supremo Tribunal da Rainha e da Guarda da Rainha.
A classe social superior e vigente na OWK é a nobreza, formada apenas por Sublime Ladies escolhidas a dedo pela Soberana Rainha, que reina absoluta. 
O objetivo da OWK é obter o maior número de criaturas masculinas sob o domínio ilimitado da Supremacia Feminina.
Em poucas palavras a OWK é o sonho de consumo de todo submisso, o supra-sumo do BDSM, mas que infelizmente, nem todos podem pagar!

Em terras Tupiniquins, nossas Dominadoras profissionais, ainda estão longe dessa profissionalização... A maioria mantém apenas um ou outro escravo regular e se negam veementemente a serem comparadas às prostitutas, principalmente, por acreditarem que como não há troca de favores sexuais (penetração, pelo menos dele nela, rs…), BDSM pago não é prostituição.

Algumas aceitam dinheiro, outras, trocas de favores, convenientemente chamados de tributos, mas no fundo é sempre ‘business’... E quase nunca é prazer por prazer!

A verdade nua e crua é que para os submissos que necessitam ser dominados sexualmente e não querer criar um vínculo emocional além da realização do seu fetiche, este tipo de profissional é perfeita... É possível realizar a fantasia sem comprometimento... Você paga, e você tem!!

Infelizmente a maioria de nossos submissos mantém o BDSM como uma vida secreta, que em nada atrapalha o seu dia a dia, desde que vivido discretamente.

Todas as Dominadoras profissionais que conheço e leio (com algumas exceções) são extremamente discretas - até porque a discrição é a chave do negócio - costumam ter locais e acessórios próprios para atendimento e costumam atender clientes/submissos em horários previamente estabelecidos, que podem ser facilmente disfarçados como uma visita externa ao cliente no meio do dia ou um almoço de negócios.

Grande parte dos homens que fazem uso desse serviço de Dominadoras profissionais tem relacionamento estável e muitas companheiras desconhecem seus desejos de submissão, já que nesse relacionamento ‘extra-conjugal’, ele determina o dia, a hora e o tipo de prazer que deseja desfrutar.

Nem todas as companheiras encaram bem o BDSM e alguns fetiches de maneira natural, quanto mais erótica... Práticas relativamente simples, como a “inversão de papéis”, são vistas por muitas como algo nojento, depravado e pervertido, restando ao pobre homem somente duas possibilidades:

Uma vida de insatisfação sexual ou a necessidade em contratar serviços profissionais onde ele detenha o controle do seu prazer de forma discreta.

Todos temos necessidade em ter um porto seguro sem, contudo, dispensar a possibilidade de ter um porto alegre, um porto onde realizamos nossas fantasias... Para alguns é impossível unir estas duas necessidades em um único relacionamento.

No dia a dia da prostituição, já vi relatos de garotas de programa afirmando que é bem melhor atender fetichistas... E verdade seja dita, elas ficam até aliviadas, afinal, se o cara prefere gastar seu tempo disponível lambendo seu pé, cheirando e gozando na sua bota, recebendo ordens como um cachorrinho ou desfilando com as roupas dela e gozar só com isso, melhor.

Algumas, vendo a possibilidade de um ganho extra e a fidelização de seus serviços, estão se especializando em práticas mais incomuns para criar um diferencial, como ser ativa e usar acessórios BDSM nas sessões de modo a satisfazer plenamente as necessidades sexuais de seus clientes... Esta ‘nova-velha’ modalidade em vender o corpo abre um leque de possibilidades ao sexo não convencional, outrora desconhecidas, ou guardadas a sete chaves.

Independente de entrar no mérito da questão da profissionalização ser ou não prostituição, minhas reservas são um pouco mais filosóficas que morais, simplesmente porque eu acredito que se o cara impõe quais fetiches quer explorar e no fim de tudo goza, paga e vai embora, é ele quem está no comando.

Do ponto de vista do cliente, está tudo perfeito, realizou sua fantasia da forma que contratou. Do ponto de vista dela, o objetivo (financeiro) foi atingido e o cliente saiu satisfeito com o serviço prestado, mas em minha opinião a filosofia e a liturgia se perdem na subversão dos princípios hierárquicos que regem o jogo da D/s.

 É muito claro aos meus olhos que embora haja consensualidade no acordo comercial, a posse e a entrega espontânea  se perde na artificialidade da representação pautada do prazer contratado.

Dessa forma, encerro esse post fazendo a seguinte pergunta:

Dinheiro ou prazer, qual o melhor pagamento?

Cris_VERDUGO