bdsm

Na última década, o SM tornou-se mais visível, na exata medida em que a mídia tem dado maior atenção ao assunto. O SM tem surgido em filmes, propagandas, livros e músicas, tornando-se um lugar comum na televisão e, também, como assunto de piadas. E, mesmo sendo notícia nos principais jornais, ainda assim pode ser difícil separar a verdade do que é apenas estereótipo.

E, mesmo sendo notícia e retratado de maneira positiva por revistas como a Newsweek, Time, Ms. Magazine e jornais como o New York Times e outras tantas publicações nacionais, ainda assim pode ser difícil separar a verdade do que é apenas estereótipo.
Este conjunto de textos é uma tentativa de educar e conscientizar o público sobre o SM. Os itens abaixo são algumas importantes respostas sobre o SM consensual, sempre apoiadas ou sustentadas por pesquisas científicas:

SM é um comportamento ou orientação sexual

SM é uma orientação sexual ou uma forma de comportamento entre dois ou mais parceiros adultos. Esse comportamento pode incluir, sem estar limitado a isso, o uso de estimulação física e/ou psicológica com o objetivo de produzir excitação e satisfação sexual. Freqüentemente, um parceiro assume o papel ativo (top ou dominador) e o outro assume o papel passivo ou receptivo (bottom ou submisso). Praticantes de SM podem ser pessoas heterossexuais, bissexuais, homossexuais, trans ou intersexuadas.

SM não é facilmente definido. Abrange uma grande quantidade de comportamentos e a maioria dos praticantes não aprecia todos os papéis, práticas ou atividades. As dificuldades para se estabelecer uma definição são discutidas em profundidade em um artigo de Weinberg, Williams e Moser(*). Eles encontram cinco características presentes na maioria das interações SM estudadas por eles:

  • Dominação e submissão - a presença de regras de um parceiro sobre o outro e de obediência de um parceiro a outro;
  • Consensualidade - o acordo voluntário para participar do jogo (interação) SM e o respeito a certos "limites" (as regras fundamentais de como e em que direção o jogo progride);
  • Conteúdo sexual - o pressuposto de que as atividades têm um significado erótico ou sexual;
  • Interpretação mútua - a suposição de que os participantes possuem o entendimento partilhado de que suas atividades são de natureza SM ou similar;
  • Role playing - os participantes assumem papéis para a interação (jogo) ou para o relacionamento que eles reconhecem não ser a realidade.
 (*) Weinberg, M.S., Williams, C.J., & Moser, C.A. (1984). "The social constituents of sadomasochism." Social Problems, 31, pg. 379-389.

SM é são, seguro e consensual

As organizações sociais e educacionais ligadas à comunidade BDSM consideram que as bases das atividades SM devem seguir as linhas do "são, seguro e consensual". Levando-se em consideração que podemos realizar qualquer atividade de maneira atropelada e perigosa, SM não é mais perigoso do que esquiar, por exemplo, ou do que qualquer outra atividade esportiva.

Seguro

Seguro é se conhecer as técnicas e preocupar-se com os itens de segurança que estão envolvidos no que você está fazendo, atuando, então, de acordo com esse conhecimento. Segurança envolve a responsabilidade de proteger você mesmo e seu parceiro das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), incluindo a infecção pelo vírus do HIV.

Enquanto a mídia freqüentemente oferece um retrato de comportamentos SM extremos, a realidade é que um grande número de BDSMistas não vai além de um divertido spanking. Assim como existem maneiras de se reduzir riscos de determinadas atividades, como mergulho em profundidade, por exemplo, ou até dirigir um carro, existem maneiras de se reduzir riscos e engajar-se num comportamento SM seguro.

A comunidade SM organizada é ativa tanto em promover seminários sobre segurança quanto no ensino das técnicas de como se engajar nessas atividades de maneira segura. O fato de praticantes SM não encherem salas de emergência de pronto-socorros todo o fim de semana é uma indicação de que esses programas funcionam. Parece óbvio que se as práticas SM resultassem, com razoável constância, em ferimentos, a imprensa estaria com os holofotes voltados a esses fatos, para o entretenimento de seus leitores.

São

São é saber diferenciar entre a fantasia e a realidade. Avaliações fictícias sobre SM têm sido, muitas vezes, distorcidas com objetivos fantasiosos e, portanto, não representam a situação real dos relacionamentos que têm, por base, o SM.

São também é poder distinguir entre doença mental e sanidade. Uma maneira real de distinguir doença mental e sanidade é observando se o padrão de comportamento de um indivíduo causa problemas em sua vida. Lavar as mãos até tirar a pele ou de maneira tão freqüente que chegue a afetar suas atividades diárias, por exemplo, é um sinal de doença mental. SM, como qualquer outro comportamento, pode ser um sinal de problemas psiquiátricos. Entretanto, a vasta maioria de seus praticantes considera que o SM enriquece suas vidas, inclusive reconhecendo melhorias em outras áreas de suas existências.

Consensual

Consensual é respeitar os limites impostos por cada um dos participantes durante todo o tempo.

Consentimento é o ingrediente primordial, fundamental do SM. Uma diferença entre estupro e intercurso sexual é o consentimento. Uma diferença entre violência e SM é o consenso. O mesmo comportamento pode ser criminoso sem o consentimento e muito prazeroso com o consentimento.

O tipo e os parâmetros de controle são acordados entre os envolvidos e o consentimento de todos é necessário. Alguns participantes usam uma palavra de salvação, que é uma palavra escolhida para sinalizar que a cena deve diminuir de intensidade ou parar.

Rick Houlberg(*) escreveu em "The Magazine of a Sadomasochism Club: The Tie That Binds":

"A única regra fundamental, na qual os membros do Clube insistem e que cada membro deve sempre sustentar, é que todas as atividades SM devem ser consensuais, seguras e não exploradoras. Como crianças não são consideradas capazes de dar seu consenso, todas as atividades podem envolver somente adultos. As regras de consenso e segurança são constantemente reforçadas. Assuntos como segurança e etiqueta, incluindo restrição ao exibicionismo e ao uso de drogas consideradas pesadas, são firmemente colocadas como orientação aos novos membros e encontram-se presentes em todo material impresso pelo Clube."

(*) Rick Houlberg (1993). "The Magazine of a Sadomasochism Club: The Tie That Binds." Journal of Homosexuality 21 (1/2), Haworth Press: pg. 167-83.

SM não é violência doméstica

 Violência doméstica é um padrão de comportamento intencional de intimidação de um parceiro com o objetivo de coagir ou isolar o outro parceiro, sem o seu consentimento. O abuso tende, por natureza, a ser cíclico, numa escala crescente com o tempo e caracterizado por pedidos de desculpas e promessas de que nunca mais vai acontecer entre os intervalos dos episódios.

SM não é abuso nem violência doméstica porque:

  • SM é voluntário. Os parceiros concordam com a troca erótica de poder por vontade própria e por livre escolha. Cada parceiro é livre para sair do relacionamento a qualquer tempo. O fato de que relacionamentos SM acabam (amigavelmente ou não) sem retaliação ou violência é prova desta importante diferença.
  • SM é consensual. Todos os parceiros envolvidos concordam sobre o que vai acontecer. Negociação sobre os limites não só é usual como esperada. A violação desses limites é considerada uma série ofensa dentro da comunidade SM.
  • Parceiros SM são pessoas informadas. Participantes envolvidos na troca erótica de poder tem entendimento de todas as possíveis conseqüências.
  • Parceiros SM não só procuram como tem prazer com esse comportamento, inclusive desapontando-se se tal não ocorrer. Não existem desculpas após a cena SM, na medida em que ambos os participantes encontram-se felizes pelo acontecido.
  • Parceiros SM têm grandes cuidados para que suas atividades ocorram da maneira a mais segura possível. Machucar realmente o/a parceiro/a é negar sua capacidade de poder participar de atividades SM. Pessoas que violam os limites de seu parceiro descobrem muito rapidamente que estão perdendo parceiros com os quais poderiam partilhar atividades SM. Para enfatizar esse ponto, grupos de apoio estão sempre promovendo encontros educacionais, onde são demonstradas técnicas de como atuar de maneira segura durante a cena.

Apesar disso, como em qualquer outro grupo de pessoas, encontraremos casos de violência doméstica entre praticantes SM. Contudo, a comunidade SM não perdoa a violência doméstica e encoraja ativamente vítimas e abusadores a procurarem ajuda especializada.

O sociólogo Thomas S. Weinberg(*) é autor de diversos artigos profissionais publicados a respeito de sexualidade humana em revistas universitárias. No "Estudo sobre Dominação e Submissão", o Dr. Weinberg diz:

"Enquanto os indivíduos que discutimos aqui são diferentes sob vários aspectos, eles têm, entretanto, alguns temas comuns. Essas semelhanças são todas relacionadas ao SM como forma de interação social. Exemplo disso é a importância de aprender tanto atitudes como técnicas através do processo de socialização, coisa bastante evidente em todos eles... Para que uma cena tenha sucesso, do ponto de vista dos parceiros envolvidos, é necessário um trabalho colaborativo de ambos. Se isso não ocorrer, seja da parte do mestre (ou mistress) ou do escravo, o relacionamento terminará. Portanto, deverá haver um acordo no que se refere à cena e ao consenso dado por ambas as partes. Ajustes devem ser efetuados pelos participantes, fazendo com que ambos sintam-se estimulados."

(*) Thomas S. Weinberg (1995). Studies in Dominance & Submission, Prometheus Books, pg. 89.

O ponto de vista psiquiátrico sobre o SM

À medida que mais pesquisas vêm sendo publicadas, principalmente nos últimos anos, a comunidade médica, incluindo a sua parcela dedicada à saúde mental, começa a aceitar que o SM não só é seguro como é também uma aspiração legítima.

De acordo com o Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais (DSM-IV), SM, em si mesmo, não é uma doença mental. Nos critérios diagnósticos tanto de sadismo como de masoquismo, o DSM-IV estabelece que o SM somente torna-se uma disfunção diagnosticável quando:

As fantasias, urgências ou comportamentos sexuais levam a sofrimento ou prejuízo clinicamente significativos (por exemplo, tornam-se obrigatórios, acarretam disfunção sexual, exigem a participação de indivíduos sem o seu consentimento, trazem complicações legais ou interferem nos relacionamentos sociais).

Além disso, o DSM-IV claramente distingue o comportamento sexual não patológico, estabelecendo que:

Uma parafilia deve ser diferenciada do uso não-patológico de fantasias sexuais, comportamentos ou objetos como estímulo para a excitação sexual.

(Os parâmetros considerados para o diagnóstico de masoquismo e sadismo sexual estão reproduzidos no apêndice A.).

Devo ter medo das pessoas que apreciam o SM?

 Você não deve ter medo das pessoas que praticam o SM. Essas pessoas são médicos, advogados, professores, pedreiros, bombeiros, secretárias e tudo o que você possa imaginar.

Em seu livro, de 1983, "O Poder Erótico", a socióloga Gini Scott examinou a dinâmica da subcultura SM heterossexual. Ela afirmou:

"Diferente de psiquiatras e psicólogos que lidam primariamente com indivíduos psicologicamente problemáticos que se interessam por D&S [Dominação e Submissão], não os achei problemáticos psicologicamente ou nocivos à sociedade; ao contrário, um espírito de bom humor prevaleceu e os participantes pareciam, na maioria das vezes, muito atraentes, pessoas bem comuns, que tinham relacionamentos comuns fora da prática de D&S... Uma grande variedade de pessoas, com uma diversa gama de interesses eróticos, participa do sadomasoquismo. Seus antecedentes, atividades e atitudes são bem diferentes do estereótipo social que retrata o sadomasoquismo como uma forma de violência, mau comportamento ou descontrole cometido pelas pessoas psicologicamente instáveis, que procuram machucar os outros ou serem machucados... No cerne da comunidade estão pessoas sensatas, racionais, respeitáveis, pessoas bem comuns. Desta forma, diferente de sua imagem pública, a comunidade é calorosa, próxima e sólida".

Gini Scott (1983) "O Poder Erótico", Citadel Press

Quantas pessoas estão envolvidas em atividades SM?

Uma grande quantidade de estudos sociológicos significativos têm sido feitos para determinar a porcentagem da população que se engaja em atividades SM.

O Novo Relatório sobre Sexo do Instituto Kinsey, de 1990, diz:

"Os pesquisadores estimam que de 5 a 10% da população americana pratica o sadomasoquismo por prazer sexual, pelo menos ocasionalmente, sendo a maioria das atividades de dominação não envolvem dor ou violência reais. Muito freqüentemente, é o receptor (o masoquista) e não o doador (o sádico) que estabelece e controla o exato tipo e extensão das atividades do casal. Também pode interessar a você saber que em muitas relações heterossexuais os assim chamados papéis sexuais tradicionais são invertidos, com o homem fazendo o papel de submisso, ou seja, o masoquista. As atividades sadomasoquistas também podem ocorrer entre casais homossexuais".

June M. Reinisch, Ph.D. com Ruth Beasley, M.L.S. (1990). Novo Relatório sobre Sexo do Instituto Kinsey, St. Matins's Press: pág. 162-163.

Uma nova pesquisa de opinião da Playboy, feita pelo Dr. Marty Klein, apareceu em novembro de 1998, à pág. 81:

  • 18% das mulheres e 20% dos homens já usaram vendas durante o sexo;
  • 30% dos homens e 32% das mulheres já amarraram alguém ou já foram amarradas durante o sexo;
  • 49% dos homens e 38% das mulheres já bateram ou já foram espancadas(os) como parte do sexo.

Um estudo feito por Hunt (1974), com 2026 participantes, revelou que 4,8% dos homens e 2,1% das mulheres obtiveram prazer sexual infligindo dor e 2,5% dos homens e 4,6% das mulheres obtiveram prazer sexual recebendo dor. Esses números refletem, provavelmente, subestimativas, porque a resposta erótica à dor é apenas um aspecto do SM. (M. Hunt, Comportamento Sexual nos Anos 70, Chicago: Playboy Press).

Um comitê de pesquisa independente, de meados dos anos 70, fundado pela Playboy, fez um estudo com 3700 estudantes selecionados ao acaso e descobriu que 12% das mulheres e 18% dos homens haviam indicado a disponibilidade em experimentar bondage ou brincadeiras de mestre e escravo. (Playboy, "O Que Está Realmente Acontecendo no Campus". Outubro de 1976).

Um estudo feito por E. Hariton (1972) revelou que até 49% das mulheres tinham fantasias sobre cenas de submissão durante o ato sexual, com 14% o fazendo freqüentemente (E. Hariton, "Fantasias das Mulheres Durante o Ato Sexual com seus Maridos: Um Estudo Normativo Com Testes de Personalidade e Modelos Teóricos", tese de doutorado não publicada, Universidade da Cidade de Nova York).

Paul H. Gebhard é antropólogo e foi diretor executivo do Instituto de Pesquisas Sobre Sexo da Universidade de Indiana, de 1956 a 1983. Geghard notou no Fetichismo e no Sadomasoquismo (Dinâmica da Sexualidade Desviante, 1969, p 79), que "excitação sexual reconhecida conscientemente como vinda de estímulos sadomasoquistas não é raro". O Instituto de Pesquisas sobre Sexo revelou que uma em oito mulheres e um em cinco homens se excitaram com histórias sadomasoquistas.

Em 1929, o estudo sobre hábitos no casamento, de Hamilton, relatou que 28% dos homens e 29% das mulheres admitiram que tiveram "prazerosas sensações" por terem alguma forma de "dor" infligida a eles. (C.V. Hamilton, Uma Pesquisa no Casamento, Boni, New York).

Mais informações sobre SM

 • Por que chamamos de SM ao invés de S&M?

O termo S&M significa Sadismo e Masoquismo, e as descrições e definições históricas de S&M são freqüentemente estereotipadas e não-consensuais. O termo SM se refere a sadomasoquismo, que é um tipo de orientação ou comportamento sexual. Muitas pessoas chamam de SM para enfatizar a necessidade de consenso, já que ambos os comportamentos estão unidos em uma só palavra. SM também se refere, às vezes a "couro", "Dominação & Submissão", "D&S" e "BDSM".

• Por que as pessoas praticam SM?

Nós não sabemos por que algumas pessoas são heterossexuais e outras homossexuais. Não sabemos por que algumas pessoas erotizam peitos e, outras, pernas. Não entendemos por que as pessoas desenvolvem algum tipo particular de erotismo. O que, de fato, sabemos é que ninguém encontrou característica alguma na infância, nascimento, etc, que seja mais comum entre os praticantes de SM do que no público em geral. Especificamente, não há indicação de que os praticantes de SM tenham sido mais ou menos susceptíveis a espancamentos ou tenham sido vítimas de abuso sexual ou outro tipo de abuso quando crianças.

Andreas Spengler fez seu primeiro grande estudo sobre os que foram identificados como praticantes de SM em 1977. A única coisa que esses adeptos tinham em comum era seu alto padrão de vida, status social e educação. 90% estavam perfeitamente felizes com suas preferências sexuais, sendo seu grande fardo o estigma social atravancando esses atos. (A. Spengler, "Manifesto Sadomasoquista dos Homens: Resultados de Um Estudo Empírico", Arquivos sobre Comportamento Sexual, vol. 6 págs 441-56).

• SM se refere a amor e prazer?

SM se refere à sensação e estímulo, troca de energia, confiança no parceiro e troca de amor e prazer. Alguns praticantes de SM procuram a "dor", mas eles querem a sensação administrada de um modo que o resultado final seja prazeroso para eles.

Os sociólogos Weinberg e Kamel escreveram, em 1995:

"Muito do SM envolve muito pouca dor. Muitos masoquistas preferem atos como humilhação verbal ou abuso, vestir a roupa um do outro, serem amarrados (bondage), espancamentos leves, que não envolvam grandes desconfortos. Freqüentemente, é a noção de inutilidade e submissão à vontade de outro que é sexualmente excitante. No ponto central do sadomasoquismo não há dor e sim as idéias de controle-dominação e submissão".

Thomas S. Weinberg e G.W. Kamel (1995). "S&M: Uma Introdução ao Estudo do Sadomasoquismo", S&M: Estudos sobre Dominação e Submissão, Prometheus Books, pág. (19).

Havelock Ellis, M.D. produziu um estudo elucidativo sobre sexualidade (Estudos da Psicologia do Sexo), no qual ele escreveu que o conceito de dor é muito mal-entendido:

"A essência do sadomasoquismo não é tanto a dor, já que a dominação dos sentidos é mais emocional que física. O masoquismo sexual ativo tem pouco a ver com dor e tudo a ver com a procura de prazer emocional. Quando entendemos que é apenas dor e não crueldade, o essencial nesse grupo de manifestações, começamos a chegar mais perto da explicação. O masoquista deseja experimentar a dor, mas ele geralmente deseja que seja infligida com amor; o sádico deseja infligir a dor, mas ele deseja que seja sentida com amor...".

Havelock Ellis, M.D. (1926) Estudos da Psicologia do Sexo, F.A. Davis Company, pág. 160.

 Apêndice A

Excertos do Manual de Diagnóstico e Estatística
da Associação Norte-Americana de Psiquiatria

Manual de Diagnóstico e Estatística da Associação Norte-Americana de Psiquiatria. 4ª Edição. Critério listado na seção "Parafilia".

Critérios Diagnósticos para F65.5 - 302.83 Masoquismo Sexual

A. Ao longo de um período mínimo de 6 meses, fantasias sexualmente excitantes, recorrentes e intensas, impulsos sexuais ou comportamentos envolvendo o ato (real, não simulado) de ser humilhado, espancado, atado ou de outra forma submetido a sofrimento.

B. As fantasias, impulsos sexuais ou comportamentos causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.

Critérios Diagnósticos para F65.5 - 302.84 Sadismo Sexual

A. Ao longo de um período mínimo de 6 meses, fantasias sexualmente excitantes, recorrentes e intensas, impulsos sexuais ou comportamentos envolvendo atos (reais, não simulados) nos quais o sofrimento psicológico ou físico (incluindo humilhação) da vítima é sexualmente excitante para o indivíduo

B. As fantasias, impulsos sexuais ou comportamentos causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.