Para a maioria das pessoas, o sadomasoquismo está associado à violência e a agressões durante o sexo, em que uma das partes assume um papel dominador e castiga o parceiro ou parceira com agressões e moléstia.
Porém, contrariamente ao que se pensa, o sadomasoquismo não é sobre violência, maus tratos ou agressões. É, pelo contrário, caracterizado pela confiança e compromisso.
A sua prática leva a situações de pleno êxtase. É normal a concepção do sadomasoquismo com correntes e algemas, com as mulheres vestidas de cabedal e chicotes na mão, mas esta prática pode ser um caminho para o casal experimentar as suas fantasias mais eróticas, permitido aos parceiros correr riscos e confiar mutuamente. No sadomasoquismo, algumas práticas podem, contudo, revelar-se perigosas.
Bram Broms, médico da clínica online euroClinix, recomenda por isso alguns cuidados. «Os participantes de sadomasoquismo devem ter algumas precauções ao experimentar certas práticas sexuais que possam colocar a vida em risco, não devendo ser ultrapassados os limites previamente estabelecidos pelos intervenientes e permitidos pelo corpo humano», refere o especialista.
Praticar sadomasoquismo
O sadomasoquismo deve ser consentido por ambas as partes e serem estabelecidos limites, para evitar acima de tudo os riscos que possam daí advir. Os riscos desta prática podem ser reduzidos ao experimentar o sadomasoquismo com um(a) parceiro(a) mais experiente, ao estabelecer limites que jamais poderão ser ultrapassados durante a relação e palavras de segurança que indicam a altura de parar.
Deve ser tido em conta principalmente o perigo de asfixia e de perda de consciência, não excedendo os limites suportados por cada um. Está desaconselhado o uso de álcool ou estimulantes que possam toldar a sua percepção da realidade, devendo ter-se um especial cuidado com objetos que obstruam as vias respiratórias ou que possam ser inalados ou ingeridos acidentalmente.
A dor pode ser mais do que isso e tornar-se numa fonte de prazer quando infringida de forma moderada. Quando uma pessoa está sexualmente excitada, o limite da dor aumenta estrondosamente e as estimulações que numa situação normal poderiam ser consideradas dolorosas, podem tornar-se bastante apreciadas.
Por vezes, as pessoas que têm uma posição dominante na sua vida social ou profissional fantasiam com uma postura submissa na cama e a prática de sadomasoquismo pode ser o ideal. A comunicação entre parceiros durante esta prática é fundamental para evitar acidentes e estabelecer desde início até onde cada um está disposto a ir.
A importância de estabelecer limites
Se algum dos parceiros se sente mal por infringir/receber estímulos dolorosos ou não quer continuar com uma prática dominante/submissa, o ato deve ser interrompido. O sadomasoquismo baseia-se, acima de tudo, na confiança e respeito, não devendo estes serem quebrados sob nenhuma circunstância. Existem vários tipos de sadomasoquismo e o que uns consideram moderado, para outros pode ser completamente insano, cabe-lhe a si e ao seu parceiro ir até onde o vosso prazer o permitir.
Cabe aos membros do casal decidir o que é aceitável, livres de preconceitos e de julgamentos por parte da sociedade, desde que ambos estejam de acordo. Um estudo publicado recentemente afirma que os praticantes de sadomasoquismo, sadismo e bondage apresentam melhores indicadores de saúde mental que aqueles que preferem não ser tão ousados no quarto, demonstrando ser menos neuróticos, mais sensíveis à rejeição e mais seguros das suas relações amorosas.