Existem mais sádicos por aí do que gostaríamos que houvessem, ou pelo menos é isto que sugere um estudo feito pela Universidade da Colúmbia Britânica (Canadá) e pela Universidade do Texas em El Paso (EUA).
O estudo foi realizado com 70 estudantes de psicologia, que foram informados de que iriam participar de uma pesquisa sobre “personalidade e tolerância por trabalhos difíceis”. Eles tinham que escolher entre quatro tarefas desagradáveis: matar tatuzinhos, ajudar um pesquisador a matar tatuzinhos, limpar banheiros sujos, ou suportar um banho de gelo.
Aqueles que escolhiam o banho frio ou limpar o banheiro eram dispensados, e a maioria se ofereceu para estas tarefas. Entretanto, 27% se ofereceu para matar os crustáceos, que estavam em copinhos com nomes como Muffin, Ike e Tootsie (nomes “fofos” para os americanos). Outros 27% se ofereceram para ajudar o pesquisador a matar os bichinhos.
Os participantes eram levados a crer que estavam passando Tootsie e seus amiguinhos por um moedor (os pesquisadores juram que nenhum crustáceo foi ferido no experimento) e, como esperado, os alunos que escolheram fazer o “trabalho sujo” eles mesmos eram os que tinham pontuado mais no teste de personalidade em questões onde você dá uma nota sobre a sua concordância com frases como “machucar pessoas é excitante”.
No teste, foram excluídas pessoas que tivessem medo a insetos, então não tinha ninguém “se vingando” – os estudantes que estavam “matando” os tatuzinhos realmente gostavam de matar algo.
Com o estudo, os especialistas sugerem que o sadismo talvez seja mais comum do que pensamos, embora na maior parte dos casos ele não se manifeste na forma do assassino sádico serial, mas de maneiras mais comuns no dia-a-dia. Como, por exemplo, na internet.
E é este o próximo passo da pesquisa: os cientistas planejam expandir o estudo para o contexto do troll online. “A cultura da trolagem é única, na medida em que celebra explicitamente o prazer sádico”, comenta o psicólogo Erin Buckels da Universidade da Colúmbia Britânica.