Desde o surgimento da indústria do prazer se colocou o debate sobre o que é erótico e o que é pornográfico, sem que se consiga chegar a uma definição precisa, como era de se esperar. Há algum consenso de que a pornografia abrigaria o mau gosto, ao passo que o sexo apresentado sutilmente se enquadraria mais no erotismo. Mas a cada dia estamos mais próximos de mostrar o sexo total no contexto de obras sérias como é o caso dos filmes do japonês Nagisa Oshima. O Império dos sentidos descreve o mergulho sem volta que um casal empreende rumo aos prazeres sexuais.

erotico

Oshima, talvez o mais sensível diretor de cinema erótico do Oriente, sempre mostra o sexo como oposição ao poder do macho. Caso de Furyo, em que um oficial inglês (David Bowie) desperta o desejo sexual de um chefe de campo de concentração no Pacífico, durante a Segunda Guerra. Mas seu mais ousado filme é Max Mon Amour, no qual a protagonista, uma bela senhora burguesa (Charlotte Rampling) mantém caso com um chimpanzé.

Ainda merece nota o filme Saló ou 120 dias de Sodoma, de Pier Paolo Pasolini, descreve o desvario fascista sob a ótica do sadismo. É o filme mais terrível jamais realizado. Os críticos não sabem o que dizer diante de uma obra que registra a violência do sexo em cenas de coprofilia, sadomasoquismo e estupro, entre todas as outras formas conhecidas de práticas sexuais. Pasolini realizou no cinema o que o Marquês de Sade havia, três séculos antes, feito em literatura.

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