Na minha ótica pessoal, a “seriedade” no BDSM está na atitude assumida diante da comunidade e a forma como nos relacionamos com nossos pares. A seriedade passa pelo respeito entre Tops e bottoms. Infelizmente com o surgimento das mídias sociais, muitos oportunistas e aventureiros sexuais estão se proliferando com blogs e sites, criam comunidades e escrevem o ABC do BDSM da maneira que lhes convém atraídos pelo cheiro do sexo fácil.

Valores éticos vão sendo esquecidos. Pseudo-dominadores não respeitam o significado de uma coleira, trocam de submissas como se fossem camisas num vale-tudo sexual aonde quem chega vira um troféu a ser descartado no momento seguinte. Pseudo-submissas encoleiradas, na primeira oportunidade assediam dominadores sem o menor pudor ou constrangimento, sem falar nos blogs usados apenas para hostilizar desafetos.

O BDSM sério cobra atitude, postura, ética e irmandade. Essa é a essência a ser preservada e passada aos iniciantes e cabe aos mais experientes colocar um tijolo nesse muro separando os praticantes dos vigaristas, mostrando que existe uma comunidade responsável e engajada num objetivo comum, a desmistificação do BDSM como atividade inconseqüente e doentia, uma opção de vida que respeita seu semelhante e é apenas uma alternativa de prazer sexual consensual. Ser sério é educar para que não se venda a ideologia do BDSM como sexo fácil, barato e banalizado pela pornografia fora de contexto.

Em minha opinião, BDSM sério é o praticado por pessoas que cultivam e propagam valores éticos, morais e ideológicos tão raros atualmente.

E sobre a qualidade? Ela independe de práticas hards ou lights, ela encontra-se na forma segura e responsável com a qual é praticada, respeitando regras básicas da integridade psicológica e física de seu par. Eu entendo que o objetivo a ser buscado dentro do BDSM é o prazer mútuo sem fazer disso uma competição de egos inflados.